Menu

Nascido sob o governo de Herodes o grande, rei dos judeus a serviço de Roma, o infante Jesus, ao ser procurado pelos magos como rei dos judeus, tornou-se alvo de preocupação política, razão porque, Herodes, uma espécie de psicopata, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo, julgando entre elas matar o menino Jesus.

Diante das estruturas políticas de seu tempo, constituídas de partidos de direita, de esquerda, de extrema direita e de extrema esquerda, Jesus tornou-se uma espécie de alvo de disputa. Todos queriam, de algum modo, tê-lo como aliado. Como Jesus se recusou a isso, tornou-se uma figura duvidosa, diante daqueles que usavam a política na defesa de seus interesses e conveniências, em detrimento das necessidades e ansiedades do povo. Somente as vítimas do poder: Mulheres, crianças, pobres, enfermos, marginalizados, desempregados, conseguiram perceber Deus em Jesus. Os poderosos, judeus e romanos, viram nele um líder, um artista, um formador de opinião, figura importante para estar em seu palanque, em época de campanha.

Na medida que não serve aos interesses das elites dominantes, constitui-se uma figura suspeita. Os representantes do poder precisam manter o povo enganado, para que votem neles, mas Jesus revela a verdade. É preciso decidir o que fazer com esse homem, diziam eles: Assim não dá para continuar. Se formos tolerantes, os romanos virão e nos tomarão o poder, por isso precisamos eliminá-lo.

Embora a morte de Jesus tenha sido sempre um dos temas centrais da teologia tradicional, ligada ao plano eterno da salvação da humanidade, hoje, devido à problemática do mundo atual, com suas mudanças rápidas e profundas, modificando as estruturas racionais, na medida que exige uma nova compreensão do mundo, da igreja e da sociedade, requer que a morte de Jesus, não somente seja interpretada no contexto religioso de um passivismo determinista, levando-nos a contemplar Jesus como um herói que morreu em nosso lugar, para nos salvar, livrando-nos do inferno. Mas pelo contrário, precisamos resgatar o valor solidário, libertador, revolucionário, que caracteriza a morte de Jesus como entrega amorosa e consciente, devidamente engajada no contexto da vida política e social do seu tempo, tendo se colocado ao lado dos desfavorecidos e não ao lado dos donos do poder, embora viesse a se tornar salvador de todos.

Benedito Ferraro, autor do livro A SIGNIFICAÇÃO POLÍTICA E TEOLÓGICA DA MORTE DE JESUS, tem razão quando afirma a necessidade que temos de entender que a atitude de liberdade e de autoridade de Jesus, perante as leis e as tradições de seu povo e, especialmente, sua atitude concreta em relação aos marginalizados de seu tempo - pobres, enfermos, mulheres, crianças, trabalhadores, desempregados - causaram sua rejeição e sua condenação pelos representantes da religião oficial, que lucravam com a situação política vigente, razão porque, se alinhavam ao poder civil, que por sua vez, garantia a subserviência aos poderes estrangeiros.

Mesmo Jesus não tendo tomado uma posição aberta contra essa situação, que era extremamente complicada, como é a situação do Brasil hoje, diante dos poderes elitistas internacionais, o simples fato de ele não se aliar aos poderes dominantes e, acima de tudo se apresentar como um formador de opinião, junto a um povo, cujo estado de crescente penúria, eles sabiam, resultava de suas decisões e constituíam a causa de seu enriquecimento, Jesus tornou-se uma figura perigosa, cuja morte, deveria ser evocada como uma espécie de queima de arquivo, pois sabia demais e não tinha medo de dizer a verdade.

Assim, os atritos entre Jesus e os agiotas do poder em seu tempo, resultou na crucificação de Jesus, que por sua vez, tem como fundamento teórico o fato de Jesus se apresentar como o Messias e os poderosos quererem usa-lo em seus projetos pessoais, invertendo a ordem: No lugar do homem entrar no plano de Deus, o homem coloca Deus em seu plano. Com isso, Jesus não recebe outro castigo, senão a crucificação, morte reservada aos subversivos da ordem política.

Por essa razão, ao celebrarmos a páscoa, que tem como tema central a crucificação de Jesus Cristo, lembremo-nos da crucificação do povo brasileiro por parte dos poderes constituídos, que à semelhança das autoridades do tempo de Jesus, usam o poder em benefício dos interesses elitistas, nacionais e internacionais, na medida em que pregam na cruz nossos sonhos de uma nação livre e soberana. O prego da mão direita, representa o fim das esperanças do povo, em virtude das barganhas da direita para se manter no poder. O prego da mão esquerda, representa as dificuldades que a esquerda enfrenta para chegar ao poder e quando chega, a dificuldade de governar, em virtude dos vícios deixados pela direita. O prego dos pés, representa a neutralização do progresso, com a ascensão do governo neoliberal , que governou mais para os estrangeiros do que para os brasileiros. O lado furado, representa o povo brasileiro, que mesmo sacrificado, ainda é capaz de produzir alguma coisa boa, figurada na água, que jorra do corpo de Cristo, que simboliza a vida, a esperança de um presidente trabalhador, comprometido com a vida do nosso povo, apto a cumprir e fazer cumprir a Constituição, no lugar de emitir medidas provisórias. Assim, devemos reconhecer que a corrupção no Brasil não é cria do governo petista, mas é nesse governo que ela tem sido combatida. É isso que incomoda as elites que sempre lucraram com a corrupção.
Mestre João Ferreira

Fonte:

Postar um comentário

SEJA NOSSO PARCEIRO

PATROCINE

Postagem em destaque

Em defesa do meio Ambiente

Dando Continuidade nas ações a Prefeitura municipal de São José da Coroa Grande, na pessoa do Prefeito Pel Lages, juntamente com a defesa...

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE
 
Top